Linha do tempo

20:13

Pensei em compartilhar com vocês algumas fases da minha vida, e quem sabe, vocês entenderão o porquê de eu ter formado esse ''negócio'' que sou hoje.

Olá! 

A minha vida é uma piada desde que decidiram colocar meu nome como "Tatiane". Era pra ser Raquel ou Renata para combinar com o nome do meu irmão (Robson). Nossa diferença de idade é de 3 anos então, quando minha mãe estava grávida de mim, meu irmão já falava. Um dia, enquanto minha mãe conversava sobre qual nome escolher, meu irmão assistia à TV e viu um comercial com o Emerson Fitipaldi e sua filha Tatiana. E meu irmão vendo o comercial, tomou isso como inspiração para si e deu a brilhante ideia de colocar o meu nome de "Tati".


(Este é o comercial)

Nasci.
Até esse momento, já sabiam que eu seria "Tati". Mas "Tati" o quê? Minha mãe optou por Tatiana, entretanto, um intrometido que trabalhava no cartório na época, disse que "Tatiana" não era tão legal quanto "Tatiane" e minha mãe se deixou levar pelo palpite do intrometido. Além disso, minha mãe queria encher meu nome de H's e N's, e o mesmo intrometido, não permitiu.

Obviamente se eu pudesse falar, eu contestaria. Primeiro porque não gosto de Tatiane. Segundo, porque é uma tortura ver as pessoas me chamarem pelo nome errado ou escrevê-lo errado. Quanto às letras para compôr meu nome, conheço várias Tatis-alguma-coisa que tem H's e N's no nome e são bem mais velhas do que eu, sr. Intrometido do cartório, espero de coração que leia a minha revolta contra você e, este é o terceiro motivo: queria um nome com H's ou N's a mais.

Eu reclamo agora, mas assim que entrei na escola, eu amava escrever meu nome errado. Me chamavam tanto de Tatiana que eu me adaptei e só escrevia assim. Me recusava a ser "Tatiane". Hoje em dia, gosto de ser chamada apenas de Tati.

Falando em escola, esse era meu lugar favorito na infância. Fui uma criança inteligente demais pra minha idade (fiquei um pouco menos inteligente depois de velha). Entrei na escola prestes a completar 8 anos, entrei atrasada porque nasci em setembro e antigamente, tinha essa frescura de matricular a criança em determinado período por causa do mês de nascimento, então, perdi um ano escolar devido a isso. 

Nunca fiz pré, minha mãe me ensinou a ler e a escrever em casa. Era torturante mas eu gostava. Aos 4 anos eu já escrevia muitas palavras e sabia ler o essencial. Claro que não lia como leio hoje em dia, mas eu era bem mais avançada do que grande parte da minha turma. Eu era aquela criança puxa-saco de professor que adorava ir na lousa e procurar erro de escrita dos professores (me desculpem!). Eu era tão otária que, quando eu ia pro recreio, eu saia da sala e já ia direto formar fila pra ser a primeira e, pegar na mão da professora até a sala de aula. Sim, EU NÃO APROVEITAVA MEU RECREIO PARA FICAR NA FILA (???????????????). E guardava o lugar para as minhas amigas, claro.

Nessa brincadeira de ficar na fila, eu conheci o meu primeiro amor real. O Leonel (suspiros). O Leonel era do 4º ano e eu do 2º. Ele usava uma jaqueta marrom parecida com aquelas de atletas de filmes americanos, sabe? Ele era loirinho e tinha sardas. Ele era o tipo de menino que corria no recreio e ficava suado nas laterais da cabeça e todo corado. O tipo de garoto que eu jamais teria chances (hoje em dia principalmente). Um belo dia, Leonel correndo no pátio, me viu e veio na minha direção. Podia ser amor? Podia. Podia ser o destino? Podia. Mas na verdade era fome. Leonel veio falar comigo apenas para pedir um pouco do salgadinho que eu estava comendo. E eu fiz isso. E fiz a bobagem de comentar com as amigas: "Uau, como ele é bonito!" e amigas, as melhores pessoas da Terra, fizeram questão de gritar "ELA TE ACHOU BONITINHO!". Quis morrer. Mas Leonel riu, abaixou a cabeça e saiu andando. E continuei babando pelo Leonel a cada recreio. Leonel foi a minha motivação de ir para a escola durante aquele ano. Leonel era a razão de eu ir todos os dias para as aulas de Matemática aprender contas de divisão com a professora Ivanir (cuja qual, deixou os pigarros registrados na minha mente até hoje). Leonel foi embora da escola no ano seguinte, pois a escola só ia até o 4º ano. 
Minha primeira decepção amorosa. Foi sem me dizer adeus.
Logo pra mim, a garota do salgadinho.
Ah... mas sempre o via pelas redondezas da escola. Ele cresceu, virou fã de Linkin Park e jogava basquete. Aí acabou a paixão.

(não é o Leonel, é minha projeção dele - Colin Ford, ator. Mini Sammy)

Depois do Leonel, tiveram outras paixonites e, pretendo contá-las ao longo das postagens. Eu já não ficava mais na fila o recreio todo, agora eu corria com os meninos no pátio e batia card, como uma bela moleca que sempre fui. O engraçado é que, eu nasci com problemas renais e esforço era a última coisa que eu deveria fazer (cresci num universo de "não pode isso", "não pode aquilo", e eu desrespeitava tudo e sobrevivi, mas não sigam meu exemplo, sigam o que o médico diz), ainda assim, não tinha vergonha na cara e passava por cima das regras, afinal de contas, que criança gosta de ficar parada?

Conforme eu eu crescia, fui regredindo comportamentalmente (?). Eu sempre fui uma criança tímida (acredito que boa parte dessa timidez desenvolvi graças à minha mãe que me educou de uma forma bem rígida - não é uma crítica negativa, sou uma pessoa grata à essa educação) e piorei com o tempo. Odiava ter que falar com alguém, odiava ter que conhecer alguém, odiava os trabalhos que era obrigada a apresentar na frente de 40 alunos, odiava ter que fazer qualquer coisa que me deixasse como centro das atenções. Até hoje odeio ter que falar alguma coisa na frente de um grupo de pessoas.

Eu era o tipo de adolescente que olhava para os pés o tempo inteiro, que corava quando qualquer garoto me dizia ''oi'', que só levantava a mão para responder à chamada porque não queria falar "presente!" na frente da turma. E sim, eu era a que se matava em fazer a parte escrita do trabalho pra na hora da apresentação, segurar apenas o cartaz. Sem falar que eu era feia, coitada de mim. Era feia e esquisita. Não usava aparelho ortodôntico e nem óculos e nunca fui cheia de espinhas, mas conseguia ser estranha sem eles (amo óculos e aparelho, ok? ok!). E claro, existiam alunos maldosos que tiravam proveito disso. Mas gosto de dizer que, atualmente, Deus fez um milagre na minha aparência quando comparada a 7 anos atrás. E o milagre foi tamanho, que alguns dos babacas de antes, acharam que teriam chances comigo atualmente, mas enfim... 



No colegial, mudei de escola e fui conhecendo pessoas diferentes e fui moldando o que sou atualmente. Deixei de ser tão tímida (hoje em dia eu consigo encarar as pessoas numa boa, coisa que antes, sofria pra olhar pra outro lugar que não fosse o chão) e comecei a ''me soltar'' um pouco mais. 

Na faculdade, consegui superar diversas coisas antigas que ainda afetavam o meu psicológico, mas dei início a outras coisas novas ahahaha! A timidez precisou desaparecer ou se camuflar (acho que ela foi embora na aula de FEG em que precisei ficar apenas de biquíni na frente de todo mundo da turma), não sei. Foram 4 longos anos de muita insônia, dor de cabeça, choro, brigas, preguiça, força de vontade, superação, aprendizado, nenhuma festa estilo American Pie e também não haviam fraternidades. Você que está lendo isso e logo mais estará ingressando em uma universidade: não se iluda, os filmes mentem. Faculdade suga toda a sua vida. É uma ótima experiência, mas acaba com toda sua coragem ao longo dos anos.

Hoje em dia sou uma pessoa completamente diferente da que eu imaginava ser quando era mais nova, fiz escolhas que achei que não faria, fiz coisas que achei que nunca seria capaz, mudei conceitos, opiniões, gosto musical, passei a gostar de coisas que achei que nunca gostaria, odeio coisas que achei que não odiaria, etc etc etc. E a vida tá aí pra isso né? Pra ir te mostrando quem você realmente é ao longo da sua trajetória. 

Obviamente "ser moldado" e "se descobrir" é algo que não é fácil, mas que com o tempo você se acostuma, já que a vida te disponibiliza porradas gratuitas e choques de realidade diários. Só tente não se acomodar e não perder a sua essência, seja quem você é e, sonhe com quem você deseja ser!

Acho que é isso... Espero que tenham se divertido com um pouco da minha história e que tenham compreendido que se eu sou assim hoje em dia, a culpa é do rapaz do cartório ahahahaha!

Até logo!


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